Desde 1996, o Copom faz reuniões periódicas para definir a taxa Selic, a partir dela os bancos calculam os juros das operações de crédito. Entenda quem compõe esse comitê e como a Selic é definida.
O QUE É A TAXA SELIC
O Selic (Sistema Especial de Liquidação de Custódia), é um sistema do Banco Central para controlar a inflação. Antes de mais nada, esse sistema registra as operações relacionadas aos títulos da dívida do governo, emitida pelo Tesouro Nacional. Ou seja, grandes bancos compram títulos públicos e direcionam parte dos depósitos a uma conta do BC, evitando o excesso de dinheiro em circulação. Nesse sentido, os bancos precisam encerrar o dia com o caixa equilibrado, conforme a determinação do Banco Central. Para garantir que isso aconteça, as instituições fazem empréstimos com duração de 1 dia entre si. Evidentemente, é cobrada uma taxa sobre esse empréstimo. A partir do valor desses juros, é calculada uma média diária chamada Selic Overnight e outra a cada ano, a taxa Selic anual.
A CRIAÇÃO DO COMITÊ
Em 1996 foi criado o Comitê de Política Monetária, com a responsabilidade de estabelecer políticas monetárias. Além de ser inspirado no Federal Open Market Committee (FOMC) dos EUA, a atuação é similar a um órgão do Banco Central Alemão chamado de Central Bank Council. Sobretudo, tem a função de tomar decisões que influenciam o controle da oferta de moeda e concessões de créditos. Eventualmente são agendadas reuniões para definir a Taxa Selic e a cada 3 meses são emitidos relatórios para monitorar a inflação. Via de regra, os membros do comitê são chefes de departamento, diretoria e presidência do Banco Central do Brasil.
RECORRÊNCIA E AGENDAMENTO DAS REUNIÕES
Desde 2005, o Copom fazia suas reuniões mensalmente para tomar decisões sobre as políticas econômicas. Posteriormente, o comitê alterou a frequência para acontecer a cada 45 dias. Ou seja, 8 vezes por ano são reservados 2 dias para analisar o mercado e traçar novas medidas. Em geral, o calendário de reuniões é divulgado em junho do ano anterior através dos meios de comunicação do Banco Central.
COMO É FEITO O CÁLCULO DA TAXA SELIC
Diariamente, o cálculo da Selic Overnight é feito pelo próprio Sistema Especial de Liquidação e Custódia após o encerramento das operações, durante a noite. Porém o cálculo da Selic anual é determinado nos dois dias de reunião do Copom. Sendo que no primeiro dia, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica contendo dados relevantes para o mercado financeiro. De forma geral, é falado sobre inflação, contas públicas, balanço de pagamentos, economia e reservas internacionais, além das expectativas para variáveis macroeconômicas. A partir dessa análise, o comitê faz uma perspectiva do cenário econômico atual e do futuro próximo. Ao final do segundo dia, após as 18h, são divulgadas as decisões do Copom e o valor estabelecido para a taxa.
INFLUÊNCIA DA TAXA SELIC NOS JUROS
Sabendo que a taxa Selic serve de base para todas as outras taxas de juros da economia, entende-se que se ela subir, todos os outros juros da economia subirão também. Por um lado, os rendimentos atrelados à Selic como Tesouro Direto e Poupança também passam a render mais. Em contrapartida, as modalidades de crédito ficarão mais caras. A lógica inversa também se aplica, diminuindo os rendimentos e barateando o crédito quando essa taxa cai. Da mesma forma, o valor do dólar e outras moedas estrangeiras em relação à moeda nacional tende a cair quando a taxa Selic está alta. Isso porque quando os rendimentos estão em alta, atraem investidores externos, injetando dinheiro de outros países no Brasil.
Já entendemos que a taxa Selic corresponde aos juros pagos pelos bancos nos empréstimos feitos entre si. Logo, é necessário aos bancos recuperarem esse valor de algum lugar. É nesse ponto que o consumidor entra em jogo, já que a instituição repassa a cobrança para os clientes que estiverem solicitando crédito. Em outras palavras, a taxa de juros das operações oferecidas por cada instituição é baseada nas perdas do próprio banco. Nesse sentido, há uma ligação direta do cálculo da inflação com a taxa Selic e os juros do crédito concedido ao consumidor final. Portanto, a melhor maneira de diminuir os impactos dos juros no seu bolso é negociando sua dívida. Uma negociação amigável é atrativa para o banco, já que ele recebe menos, porém num prazo menor que possibilita o equilíbrio do caixa sem os empréstimos de títulos. Já o consumidor é beneficiado pela redução do valor. A parte mais simples é negociar a dívida bancária, basta procurar a Solução Financeira e deixar que nosso time de especialistas faça o resto. Entre em contato agora mesmo e solicite uma análise gratuita para descobrir o quanto você pode economizar. Continue acompanhando o Blog e receba mais dicas para cuidar cada vez melhor do seu dinheiro.
Atualizado em 16/08/2023.